No campo da intervenção com equoterapia, estudos têm sido realizados contribuindo para mostrar a qualidade da estimulação que esta terapia tem sobre o equilíbrio, funcionalidade, marcha, entre outras limitações, em patologias distintas.
Sabemos que o Sistema Nervoso Central (SNC) é um órgão de reação ao invés de ação e reage aos estímulos que para ele convergem a partir de fora e de dentro do corpo. Na equoterapia um desequilíbrio constante é oferecido pelo movimento do cavalo, acionando um conjunto de estruturas que atuam na manutenção do equilíbrio, por meio da organização e do comando do SNC. Nesta atividade de movimentação os proprioceptores da região cervical são estimulados, a cabeça fica a procura de um eixo de estabilização visual e as informações da cabeça, em relação ao corpo, são transmitidas diretamente dos proprioceptores da região cervical e do corpo para os núcleos vestibulares e reticulares do tronco encefálico. As informações são transmitidas, também, pelo cerebelo e todo esse mecanismo é desencadeado na tentativa de manter a estabilidade corporal12,16. A andadura do animal gera estímulos para todo o corpo desenvolvendo as reações de endireitamento e equilíbrio, facilitando e aumentando o controle postural10, alcançando os objetivos neuromotores da terapia como, adequação do tônus, alinhamento corporal, coordenação e força muscular, rompendo padrões patológicos, conquistando o aumento do equilibrio16.
Neste sentido, a intervenção com Equoterapia tem se mostrado eficiente em diferentes grupos. Em crianças com Paralisia Cerebral (PC), mostrou-se eficiente na redução do grau de deficiência nas funções motoras grossas15, estimulando o controle de tronco, contribuindo para uma melhor estabilidade postural e equilíbrio22, assim como em pessoas com deficiência mental23. Na funcionalidade de crianças com deficiências físicas ou algum atraso motor documentado, após seis meses de intervenção21.
Em crianças com Síndrome de Down, resultados favoráveis sobre a mecânica da marcha e o equilíbrio, promovidos por um maior controle motor, aumento do tônus muscular, reeducação do mecanismo de reflexos posturais, reações de equilíbrio e a percepção espaço-temporal dos vários segmentos corporais no espaço, somados a um fortalecimento muscular14. Além disso, também contribui para um melhor alinhamento biomecânico e conseqüentemente ativação e sinergia muscular adequadas, permitindo a otimização do equilíbrio estático24.
Na população idosa também apresenta resultados significativos, comprovando a eficiência para diminuir o risco de quedas, melhorando o equilíbrio de indivíduos da terceira idade, pois a repetição seguida de aprendizado de uma tarefa leva a uma melhoria da atividade motora25.
Especificamente em pessoas com EM, a equoterapia tem se mostrado eficaz como intervenção terapêutica na reabilitação do equilíbrio. Em um estudo26 que avaliou o efeito desta intervenção após um período de 14 semanas, foram observadas melhorias significativas no comportamento do equilíbrio pós tratamento. Da mesma forma, outro estudo10 realizado com onze indivíduos portadores de EM, apresentaram melhoras no equilíbrio após a equoterapia. Conforme os autores, as reações de equilíbrio e endireitamento são estimuladas com o movimento realizado pelo cavalo, dessa forma existe uma facilitação e aumento do controle postural. As melhorias registradas no estudo não foram transitórias após a intervenção, comprovando que o uso dessa prática terapêutica foi um instrumento útil e adequado para a reabilitação nos déficits de equilíbrio.
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