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NATAÇÃO E PSICOMOTRICIDADE

 


O movimento permite que a criança perceba as relações necessárias para o seu desenvolvimento motor e a relacionar-se com o meio em que vive. Na primeira idade da criança é fundamental proporcionar um ambiente adequado e com materiais diversificados como instrumentos facilitadores das ações permitindo a diversificação de experiências de movimento durante a exploração dos espaços ao seu redor (DOURADO, 2013).

Neste sentido, a psicomotricidade deve estar incluída em qualquer atividade aquática, devido às sensações importantes na busca da percepção corporal, organizando sensações recebidas através do meio líquido na qual está imerso e a transposição organizada desse movimento nesse espaço e nesse tempo (PENHA; ROCHA, 2010)

Ao aprender os movimentos por meio de atividades lúdicas e diversificadas são oferecidas maiores chances de otimização da aprendizagem motora da criança. A natação desenvolvida de forma lúdica possibilita a aquisição de habilidades motoras quando se vivencia situações desafiadoras. O indivíduo que passa por uma adaptação no meio líquido pode apresentar um desenvolvimento melhor com rendimentos maiores no seu comportamento motor e capacidades físicas. Pois por meio da natação, sua aprendizagem necessita de adaptações das estruturas de bases e das diferenças fundamentais do meio aquático e terrestre (DOURADO, 2013).

Como a natação é considerada um dos esportes mais completos e o que tem uma quantidade menor de restrições, a natação é um instrumento de grande valia para o desenvolvimento físico da criança. Também se pode afirmar que em se tratando do desenvolvimento motor, sua participação é clara referente à construção do esquema corporal e no desenvolvimento de amadurecimento corporal (DOURADO, 2013).

A atividade aquática pode ser praticada sem restrições desde o nascimento, beneficiando desde então o indivíduo, com o objetivo de promover a maturação do sistema nervoso, por meio de estímulos. Na prática psicomotora aquática, a liberdade de expressão e de experimentação de vivências, facilita a descoberta do corpo e das relações que ele pode oferecer. (PENHA; ROCHA, p. 36, 2010).

A psicomotricidade pode ser entendida como um meio de estruturar os elementos psicomotores e permite que o indivíduo conheça a si mesmo, o seu próprio corpo e o ambiente em que está inserido. Para que a criança alcance um bom grau de desenvolvimento psicomotor, ela precisa ter um bom domínio corporal, uma percepção auditiva e visual boa, uma lateralização definida, boa orientação espaço-temporal, coordenação fina entre outros comandos psicomotores. Quanto mais trabalhado for o seu desenvolvimento psicomotor, sua adaptação ao meio em que vive será muito melhor e significativa (DOURADO, 2013).

A prática psicomotora aquática dá uma liberdade de expressão e de experimentação de vivências para a criança, auxiliando na descoberta do corpo e das relações com o próximo. A natação, por meio da educação psicomotora motiva a realização de movimentos livres e prazerosos no meio aquático, e com isso estimula a criança a se conhecer melhor, exercendo de maneira mais simples suas funções de inteligência. E nesse sentido, ao trabalhar a teoria e a prática de forma indissociável é possível alcançar objetivos que irão possibilitar a melhoria de condições para o desenvolvimento da criança. Logo o papel do professor não é ser apenas um reprodutor do conhecimento e das aprendizagens mecânicas, mas sim um facilitador que dá possibilidades ao aluno que ainda não faz sozinho devido as suas limitações, respeitando sempre sua individualidade (PENHA; ROCHA, p. 08, 2010).

Estudos comprovam que a natação contribui não apenas para que o indivíduo aprenda a nadar, mas também para o seu desenvolvimento integral. Neste contexto, a natação contribui para o desenvolvimento da psicomotricidade com o auxílio de atividades lúdicas que favorecem o desenvolvimento nos aspectos físico, mental, afetivo e sociocultural (DOURADO, 2013).

Existem várias etapas no desenvolvimento da psicomotricidade como adaptação, estimulação, domínio e aprendizado, respeitando sua faixa etária, também são contemplados estímulos visuais, táteis e sinestésicos, esquema corporal e estimulação espacial. Tais elementos psicomotores possuem várias classificações, muitas podendo ser bem desenvolvidas na natação como a coordenação global ou motricidade ampla (DOURADO, 2013).

A psicomotricidade na natação, quando bem trabalhada, auxilia no desenvolvimento da lateralidade que consiste no domínio de um dos lados do corpo, onde os movimentos utilizados devem trabalhar os dois lados do corpo, ora o lado direito, ora o lado esquerdo, para que o indivíduo descubra a sua predominância. Por meio disto é determinado então o domínio funcional do corpo, conhecendo assim a sua lateralidade dominante, que pode ser o direito ou esquerdo, conhecido como destros e canhotos (DAMACENO, 1997).

A psicomotricidade vista pelo ângulo pedagógico facilita resolver dificuldades que se apresentam no dia a dia das crianças, numa relação entre pensamento e ação, englobando funções neurofisiológicas e psíquicas (PENHA; ROCHA, 2010).

Outra habilidade que pode ser explorada na natação é o equilíbrio que consiste na competência de manter-se em sustentação utilizando do corpo como base, em uma combinação harmônica das funções musculares, seja estando parado ou em movimento. Com o desenvolvimento adequado do equilíbrio o indivíduo terá uma adaptação melhor com todas as coisas que fazem parte de suas experiências diárias (DAMACENO, 1997).

Neste sentido a área do desenvolvimento motor tem por objetivo estudar as mudanças do comportamento motor ao longo da vida ou dos processos que são graduais, de acordo com a idade e também as bases importantes dessa mudança para o desenvolvimento como um todo (DOURADO, 2013).

A conclusão que se chega, é que a psicomotricidade, desenvolvida através da natação, tem uma dinâmica prazerosa através da ludicidade, atividades espontâneas, como jogos e brincadeiras, que facilitam e motivam as crianças no aprendizado e no desenvolvimento motor (PENHA: ROCHA, 2010).

O trabalho do profissional, neste contexto, é de suma relevância e este deve oportunizar a exploração das habilidades motoras estruturando o ambiente e adequando as atividades para que o indivíduo possa adquirir habilidades de forma natural e ocorra a maturação do desenvolvimento motor de forma progressiva ao passo que são obedecidos estágios específicos. Assim, a aprendizagem significativa é um dos desafios para o professor, que busca significado e sentido para as vivências de aprendizagem. Portanto, o profissional competente e inovador deve estar ciente da metodologia de intervenção adotada, conhecer cada ação, o conteúdo, as estratégias para alcançar os objetivos (DOURADO, 2013).

O papel do professor é proporcionar situações desafiadoras e intervir apenas quando necessário, deixar o indivíduo agir e compreender a organização das atividades desenvolvidas. Um dos fatores mais importantes para o desenvolvimento do indivíduo é a intervenção, saber quando, como e por que intervir. E neste sentido, o professor deve ter sensibilidade diante das necessidades de cada criança respeitando sua realidade e assim mostrar a importância da qualidade do afeto nas relações corporais para uma melhor comunicação (FILHO, 2003).

Outra habilidade do professor em relação à psicomotricidade no meio aquático é deixar a água atuar e tornar rica a motivação da criança na água, que irá exigir mobilidade, curiosidade e experimentação para que manipulem e operem nela deixando ambas se encontrarem em reciprocidade, sintonia, possibilitando a descoberta de si próprio com e na água e com o contexto que a rodeia. Deixar a água atuar é proporcionar o seu desenvolvimento global, sua progressão no ambiente aquático empenhando seus pais nesse processo por meio da proximidade corporal, afetiva e perceptiva. Deixar a água atuar é possibilitar o desenvolvimento da criança na sua totalidade corporal, seguindo seu ritmo e sua maneira e não apenas reduzir às ações natatórias (DOURADO, 2013).

Assim, deve-se proporcionar formas e meios adequados que facilitam e possibilitam desenvolvimento e otimizem as potencialidades dentro água. As atividades desenvolvidas no meio aquático com crianças devem ser lúdicas, prazerosas, diversificadas, dinâmicas, com músicas, materiais diferentes para que a criança amplie suas informações de forma natural (LOPES, 2011).

A natação proporciona uma série de benefícios diante de fatores externos que fazem mal a saúde e trazem doenças respiratórias como asma, bronquite e obesidade infantil. E todos esses objetivos podem ser alcançados por meio do trabalho eficaz e eficiente desenvolvido pelo profissional e se resume apenas em aplicar as técnicas, mas tornar o convívio prazeroso neste ambiente. As crianças que tem contato com o meio aquático desde cedo tem maiores chances de desenvolver o aprendizado com maior facilidade e mais rápido, neste contexto, a natação infantil é instrumento fundamental para iniciar a educação física na criança e essencial para começar uma aprendizagem organizada. O que contribuirá para o desenvolvimento psicomotor e construção do esquema corporal e em sequência a integração e a maturação (PENHA; ROCHA, 2010).

A natação infantil contribui de forma significativa para o processo evolutivo psicomorfológico da criança, sendo assim ferramenta fundamental e indispensável para a sua psicomotricidade e iniciar a personalidade. A natação junto com a psicomotricidade e o trabalho lúdico são elementos fundamentais para o desenvolvimento da criança de forma mais fácil e natural (DOURADO, 2013).

Sendo assim, pode-se perceber a importância de trabalhar o desenvolvimento motor e a psicomotricidade nas aulas de natação, uma vez que estes contribuem diretamente para o desenvolvimento da lateralidade, equilíbrio, coordenação global, entre diversos outros. Outra grande contribuição da psicomotricidade está relacionada ao seu desenvolvimento na natação, haja vista que proporciona situações de lazer, recreação e saúde, colaborando para o crescimento e evolução das percepções, emoções e afetividade (DOURADO, 2013).




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